Quando Ricardo era um bebe seus pais se encantavam com a crianca tranquila que passava horas sentado na mesma posicao, brincando com um objeto sem interessar-se por outros. So quando o menino vai para o jardim-de-infancia e que os pais sao alertados pela professora de que o filho apresenta sinais de autismo. A luta desta familia para integrar Ricardo a uma sociedade que geralmente exclui os diferentes e mostrada em Mae, me ensina a conversar, escrito por Dalva Tabachi, a mae do jovem autista e de outros tres rapazes. Uma disfuncao neurologica de causas ainda nao conhecidas, o autismo so passou a ser registrado a partir de 1911. Atualmente, sabe-se que e uma inadequacao no desenvolvimento que se manifesta durante a vida inteira e que acomete 20 entre cada 10 mil nascidos, sendo 4 vezes mais comum entre meninos do que em meninas. Nao ha padrao para sua manifestacao, no entanto, hoje, acredita-se que o autismo esteja ligado a causas geneticas, como problemas na gestacao, associadas a causas ambientais, entre elas a contaminacao por mercurio. A principal caracteristica do autismo e o aparente alheamento da crianca em relacao ao mundo exterior. Mais do que um emocionante relato sobre a experiencia da familia para adaptar Ricardo ao mundo e enumerar os progressos que o rapaz alcancou, Dalva Tabachi alerta para a necessidade de nao esconder as chamadas pessoas especiais e enfrentar olhando de frente a discriminacao, a incompreensao e o preconceito. Para a autora, quem tenta proteger o filho especial e o retira do convivio social pode estar querendo ocultar que produziu alguem que foge aos padroes idealizados pela sociedade. Medicos, psicologos, professores de musica e outros profissionais da equipe que acompanhou Ricardo desde crianca tambem contam, no livro, a evolucao do tratamento do rapaz, que, hoje, aos 25 anos, trabalha na empresa da mae, aprendeu a ler e a escrever, faz parte da equipe Master de natacao do Flamengo e demonstra interesse em noticiario. (Rocco)