O principal narrador do livro, Oskar, é um menino extremamente inteligente de 9 anos de idade, sofre com a morte do pai, uma das vitimas do ataque ao World Trade Center, que estava no local da tragédia por um mero acaso: uma reunião no Windows of the World, o restaurante no último andar de uma das torres. A dor de Oskar não vem só da perda, mas do fato de julgar ser o único a ouvir as ultimas palavras emitidas pelo pai, deixado numa secretaria eletrônica. O grande mérito da historia de Foer e que Oskar e uma criança intelectualmente bem-dotada, aparentemente madura para sua idade, mas, ainda assim e uma criança que não tem ideia de como lidar com a dor e usa a imaginação para criar inventos absurdos e escrever cartas para celebridades do mundo cientifico, oferecendo-se como pesquisador assistente. E essa mesma imaginação fértil que o levara a se transformar em detetive, apos encontrar uma chave, que aparentemente nada abre, entre os guardados do pai. A narrativa e conduzida não apenas por frases e parágrafos, mas também por palavras dispersas, grafismos, cores, fotos, códigos numéricos e textos sobrescritos. Tais recursos são muito mais que maneirismos estilísticos; exemplificam a dificuldade de estabelecer comunicação, de achar as palavras certas no momento certo. Uma inteligente metáfora para os personagens de Foer, pessoas que amam profundamente, mas tem extrema dificuldade em dize-lo.(Rocco)