Um Rio de Janeiro cercado de agua por todos os lados, habitado por moradores que anseiam fazer contatos com outros sobreviventes de uma catastrofe que levou todos os continentes para o fundo das aguas. A cidade e agora uma pequena ilha, um pedaco do litoral carioca que teria se soltado durante a catastrofe. Nessa ilhota perdida no meio do oceano, pessoas e lugares comecam de uma hora para outra a desaparecer, sem deixar vestigios. Assim e o cenario distopico de A ilha, o novo e intrigante romance de Flavio Carneiro, que fecha a Trilogia do Rio de Janeiro, iniciada com O campeonato e A confissao. O suspense e parte integrante da trama no momento em que comecam a surgir nas praias misteriosas garrafas com mapas. Para onde apontam aqueles mapas e o que os moradores do que restou do Rio de Janeiro precisam descobrir. Narrado por um monge franciscano, que observa os acontecimentos na biblioteca do mosteiro e tenta identificar quem estaria por tras do envio das garrafas, A ilha se concentra em alguns personagens que buscam resolver o misterio de suas proprias existencias, enquanto lutam para sobreviver. Nao faltam perguntas sem respostas no cotidiano tranquilo dos habitantes da ilha. As maes se preocupam quando os jovens insistem em nadar nas aguas que podem traga-los para o fundo, como acreditam que aconteceu com os desaparecidos; na delegacia, o encarregado das investigacoes policiais mostra-se atonito com o enigma das garrafas e os sucessivos desaparecimentos de pessoas que nao deixam pistas ou vestigios. Com os mapas, ha esperanca de que o continente de onde a ilha se partiu ainda esteja la, que nao tenha sido levado pelas aguas, como os outros. O que mais intriga os moradores, que planejam viajar de barco em busca do continente perdido, e por que os mapas tem sido lancados na direcao de sua ilha. So se tem certeza de uma coisa: a ilha esta se movendo, provavelmente em direcao ao continente de onde teria se originado. (Rocco)